💸 Um terço dos brasileiros vive com até 1 salário mínimo
Mais de 30 milhões de brasileiros vivem no limite — entre o boleto, o aluguel e o sonho de um futuro melhor.
Por Maria Clara Clarinha | Jornal25News – Independente
Centro Histórico de São Paulo, 09 de outubro de 2025
🧾 A vida no limite: R$ 1.518 pra tudo
O salário mínimo em 2025 é de R$ 1.518,00. Parece muito pra quem lê no papel, mas na prática, é quase nada pra quem tem que pagar aluguel, comer, se locomover, cuidar da saúde e ainda tentar viver com um mínimo de dignidade.
Segundo o Censo 2022, do IBGE, 35,3% da população ocupada do Brasil — o que representa cerca de 31 milhões de trabalhadores — recebem até um salário mínimo por mês.
E se a gente olhar por família, a situação é ainda mais séria: 60% dos brasileiros (quase 130 milhões de pessoas) vivem com até R$ 1.518 por pessoa.
💬 Em resumo: mais da metade do país sobrevive com o mínimo.
📊 Um salário mínimo não cobre o básico
De acordo com o DIEESE, o salário mínimo “ideal” — aquele que realmente permitiria uma vida digna — deveria ser de R$ 6.995,44.
Ou seja, quase cinco vezes mais do que o valor atual.
Vamos ver o que acontece quando a gente coloca o salário mínimo frente a frente com o custo de vida real em São Paulo 👇
| Gasto mensal médio | Valor (R$) | % do salário mínimo |
|---|---|---|
| Aluguel (kitnet simples) | 1.100 | 72% |
| Luz, água e internet | 250 | 16% |
| Transporte público | 240 | 16% |
| Alimentação básica | 800 | 53% |
| Total | 2.390 | 157% do salário mínimo |
📉 Resultado: o trabalhador que ganha o mínimo gasta mais do que recebe.
Não sobra nada. E o que falta, muitas vezes vira dívida.
🌍 Onde a desigualdade mora
Os números do IBGE mostram um Brasil dividido em cinco realidades:
- Centro-Oeste: R$ 3.292 — a maior média, puxada por Brasília e o agronegócio;
- Sul: R$ 3.190;
- Sudeste: R$ 3.154;
- Norte: R$ 2.238;
- Nordeste: R$ 2.015 — a menor renda média do país.
📍 Em 520 municípios (9,3%), o rendimento médio do trabalho é menor que um salário mínimo.
Já em apenas 19 cidades — todas no Sul e Sudeste —, o rendimento ultrapassa 4 salários mínimos.
O retrato é de um país em que o CEP define o prato de comida.
💸 Onde o dinheiro sobra (e onde falta)
| Ranking | Cidade | Estado | Renda média mensal (R$) |
|---|---|---|---|
| 🥇 1º | Nova Lima | MG | 6.929 |
| 🥈 2º | São Caetano do Sul | SP | 6.167 |
| 🥉 3º | Santana de Parnaíba | SP | 6.081 |
| 🚫 Último | Cachoeira Grande | MA | 759 |
| 2º menor | Caraúbas do Piauí | PI | 788 |
| 3º menor | Mulungu do Morro | BA | 805 |
No topo, cidades ricas e industrializadas.
Na base, municípios pequenos do Nordeste, onde o dinheiro mal chega e o custo de vida ainda pesa.
⚖️ Quem mais sente o peso
A desigualdade de gênero e raça continua forte:
- Mulheres ganham menos que os homens, mesmo com mais anos de estudo.
- Ensino superior: homens R$ 7.347 × mulheres R$ 4.591.
- Pessoas negras e indígenas estão sempre nas faixas mais baixas.
- Amarelos R$ 8.411 | Brancos R$ 6.547 | Pardos R$ 4.559 | Pretos R$ 4.175 | Indígenas R$ 3.799.
- Trabalhadores informais (sem carteira assinada) representam quase 40% da força de trabalho, sem férias, 13º ou proteção social.
🧠 O que dizem os especialistas
O pesquisador Marcos Hecksher (Ipea) resume o problema:
“A informalidade é uma ferida antiga da economia brasileira. É o que prende milhões na base do salário mínimo.”
Já Marcelo Neri (FGV Social) destaca que, mesmo com crescimento, a renda não chega pra todos:
“O Brasil voltou a crescer, mas o dinheiro ainda se concentra nas mãos de poucos.”
E o DIEESE alerta:
“A cada mês, o custo de vida aumenta mais rápido que o reajuste do salário mínimo.”
👂 A voz de quem vive o mínimo
🚶♂️ José Raimundo, porteiro no Brás, conta:
“Com R$ 1.500, eu pago aluguel e já acabou. Não dá pra sonhar, dá pra tentar sobreviver.”
🧹 Luciana, diarista e mãe de duas meninas, diz:
“Eu e meu marido juntamos dois salários pra pagar escola e comida. Se um ficar desempregado, a casa desaba.”
🎒 Camila, estudante de enfermagem, completa:
“Trabalho o dia inteiro pra estudar à noite. Não sobra tempo nem dinheiro. Mas eu acredito que um dia melhora.”
🏚️ O Brasil que trabalha muito e ganha pouco
O Brasil de 2025 é um país onde um terço dos trabalhadores vive com até R$ 1.518, e a maioria das famílias ainda luta pra fechar o mês.
O salário mínimo garante apenas sobrevivência, não dignidade.
Enquanto isso, os preços sobem, o aluguel pesa e o transporte fica mais caro — e quem carrega o país nas costas continua ganhando o mínimo possível.
💬 “É o país que trabalha muito, ganha pouco e ainda precisa sorrir pra continuar.”
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