EUA colocam “coleira diplomática” em Padilha em NY: só 5 quarteirões do hotel
Vale ir e voltar da ONU, da missão do Brasil e da casa do embaixador. E só.
Por Gabriel Marcovicchio —
Centro Histórico da Cidade de São Paulo — Quinta-feira, 18 de setembro de 2025

O que rolou?
Os EUA liberaram o visto do ministro Alexandre Padilha (Saúde) pra Assembleia-Geral da ONU, mas com modo confinamento: ele só pode circular até 5 quarteirões do hotel e transitar pelas rotas hotel ⇄ distrito da ONU ⇄ missão do Brasil ⇄ residência do representante brasileiro. A diplomacia brasileira já foi avisada.
Por que essa treta?
- No mês passado, Trump tinha revogado o visto do ministro (e de esposa/filha) alegando a participação dele na criação do Mais Médicos no governo Dilma.
- Mesmo com o visto novo pra agendas oficiais, veio o “combo” de restrições de mobilidade.
- O clima entre Brasil x EUA azedou com a condenação de Jair Bolsonaro — Trump chamou de “caça às bruxas” e apertou sanções (inclusive tarifaço de 50% e suspensão de vistos de autoridades).
- O ministro do STF Alexandre de Moraes entrou no alvo via Lei Magnitsky (punições financeiras).
Mas a ONU não garante acesso?
Existe o acordo de 1947 (sede da ONU em NY) que, em tese, obriga os EUA a permitir a presença de autoridades em atividades oficiais. Só que, na prática, Washington impõe limites a países e pessoas sancionados — tipo Irã e Coreia do Norte, que não podem sair de Manhattan.
Agora, Padilha entra nessa versão “lite”: circula, mas no perímetro.
Quem mais conseguiu visto?
- Fernando Haddad (Fazenda) ✅
- Ricardo Lewandowski (Justiça) ✅ — o visto comum foi suspenso, mas ganhou permissão pra agenda oficial.
Linha do tempo (modo turbo)
- 19/ago — Itamaraty pede visto pra Padilha participar de eventos internacionais.
- ago — Trump revoga visto anterior e barra novos.
- 18/set — Visto concedido com restrições: 5 quarteirões + rotas oficiais em NY.
- 23/set — Início do debate geral da Assembleia-Geral da ONU; Padilha deve participar de reunião de alto nível sobre doenças crônicas.
- 29/set — Agenda da OPAS em Washington.
Zoom-out: o jogo diplomático
- Visto virou arma política na temporada da ONU.
- Brasil tenta manter agenda sanitária; EUA mandam o recado de pressão.
- Para Padilha, vale o lema: trabalhar, aparecer… e não ultrapassar o quarteirão.
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